A malha ferroviária vai crescer 4,7 mil km, incluindo projetos como o Anel Ferroviário do Sudeste e a ampliação da Norte-Sul.

O Plano Nacional de Ferrovias, que está praticamente pronto para ser anunciado, vai liberar cinco grandes projetos de ferrovias para a iniciativa privada. Ao todo, são quase 5.000 km de novos trilhos, com um investimento estimado de R$ 100 bilhões. A União vai contribuir com parte desse valor para garantir que os projetos sejam viáveis economicamente.
O plano foi apresentado ao atual presidente Lula na quarta-feira (15) pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, e o lançamento está previsto para fevereiro. O ministro detalhou os cinco projetos que já estão confirmados:

1. Corredor Leste-Oeste: Com cerca de 2.400 km, vai unir a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico). A Fiol começa em Ilhéus (BA), com uma parte já em operação e outra em construção, enquanto a Fico está sendo tocada pela Vale e será estendida até Lucas do Rio Verde (MT).
2. Prolongamento da Ferrovia Norte-Sul: Atualmente com 477 km, a ferrovia vai até Açailândia (MA), onde se conecta à Estrada de Ferro Carajás (EFC) da Vale. A ideia é estender a linha até o porto de Vila do Conde (PA), oferecendo uma alternativa para o transporte de grãos.
3. Anel Ferroviário do Sudeste: Com cerca de 300 km, vai ligar Vitória (ES) a Itaboraí (RJ), conectando a ferrovia da Vale à rede da MRS Logística.
4. Transnordestina: A obra, prometida para 2010 e que ficou parada por anos, deve ser concluída entre 2026 ou 2027. O governo vai conceder a parte que conecta a Ferrovia Norte-Sul, em Estreito (MA), com mais 600 km de trilhos.
5. Ferrogrão: Com 933 km entre Sinop (MT) e Itaituba (PA), esse é o projeto mais complexo, com desafios ambientais e de engenharia. Atualmente, o avanço depende de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) por conta dos possíveis impactos ambientais.
O governo vai investir de 20% a 30% do total de cada projeto para garantir sua viabilidade. A construção de ferrovias é geralmente mais cara e só começa a gerar receita quando uma parte dos trilhos está operando, o que dificulta a viabilidade financeira para as empresas concessionárias.
Para ajudar, o governo usou recursos de concessões anteriores durante a gestão do ex-presidente Bolsonaro. O governo já fez acordos com a Rumo e a MRS Logística, e no final de dezembro fechou um entendimento com a Vale, que se comprometeu a pagar até R$ 17 bilhões para estender as concessões da EFC e da EFVM.
Será que dessa vez o projeto vai andar ou ainda iremos esperar mais alguns bons anos? Para ficar por dentro dessas e outras notícias, siga o Fazendeiro no Instagram (clique aqui).
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